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A infecção pelo vírus HPV é mais frequente do que você imagina, e pode causar câncer.

Foto do escritor: Ana Patricia Ana Patricia

Atualizado: 14 de dez. de 2024


A melhor forma de prevenção é através da vacinação.


O papiloma vírus humano (HPV) é a infecção viral mais comum na maioria dos homens e mulheres sexualmente ativos. O vírus HPV apresenta mais de 150 genótipos diferentes dos quais 12 podem causar cânceres, segundo a Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC). Os outros subtipos virais estão relacionados as verrugas anogenitais e cutâneas, mas a maioria não causa complicações. A infecção pelo HPV é considerada um problema de saúde pública devido à sua incidência na população não só no Brasil, mas em muitos outros países, e devido ao seu potencial de agravamento.


O HPV é detectado em 99% dos cânceres de colo de útero, sendo os mais frequentes os HPVs 16 e 18. Os subtipos 6 e 11 estão associados a 90% das verrugas anogenitais. Estima-se também que o HPV, associado a outros fatores, é responsável também por 90% dos casos de câncer anal, 71% dos casos de câncer de vagina, vulva e pênis e 72% dos casos de câncer de cabeça e pescoço. O câncer do colo do útero é o segundo tipo de câncer mais frequente em mulheres que vivem em regiões menos desenvolvidas do mundo. Em 2018, foram 570 mil novos casos (84% dos novos casos no mundo).


A contaminação ocorre pelo contato direto (inclusive através das mãos), no parto, ou por instrumentos não esterilizados em consultório ginecológico, por exemplo.

Os sintomas podem não estar presentes na maioria dos casos ou só surgir meses ou anos após a infecção. Mas um percentual pequeno de pessoas vai adoecer e como a incidência é elevada esse pequeno percentual representa muita gente.


Em 2014 o Ministério da Saúde, através do Calendário Nacional de Vacinação, incluiu a vacina HPV quadrivalente no SUS, tendo como objetivo principal a redução do câncer do colo do útero, e como público alvo meninas entre 9 e 13 anos. Porém em 2017 ampliou-se a cobertura para meninos e meninas entre 9 e 14 anos, com esquema de 2 doses em intervalo de 6 meses entre as aplicações. Além dessa população, estão incluídos meninas de 15 anos que já tenham recebido uma dose, os meninos e homens ente 9 e 26 anos que convivem com o HIV, os imunodeprimidos não HIV, os candidatos a transplante de órgãos sólidos e os que serão submetidos a transplante de medula óssea. Os pacientes oncológicos devem ser vacinados 2 semanas antes de iniciar o tratamento quimioterápico ou 3 a 6 meses após seu término. A partir dos 15 anos de idade, o esquema de aplicação é de 3 doses.


A vacinação tem papel fundamental na prevenção das doenças causadas pelo HPV. Inclusive pessoas mais velhas e/ou que já foram infectadas também se beneficiam, uma vez que as vacinas contêm mais de um tipo de HPV em sua formulação, no entanto como estão fora do faixa etária do calendário nacional de vacinação, só podem adquirir através da rede privada. A vacina protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 e, sendo inativada, não há risco de causar a doença.


Existem 2 tipos de vacinas: HPV2 (16 e 18) e HPV4 (6, 11, 16 e 18), que também podem oferecer alguma proteção cruzada contra outros tipos menos comuns de HPV. Nos posto de saúde é disponibilizada a HPV4. Na rede privada ambas podem ser encontradas. As vacinas funcionam melhor se administradas antes da exposição ao HPV. Portanto, é preferível administrá-las antes da primeira atividade sexual.


Fontes:

BRASIL, Ministério da Saúde. Informe técnico da ampliação da oferta das vacinas papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) – vacina HPV quadrivalente e meningocócica C (conjugada). Brasília, mar 2018. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/marco/14/Informe-T--cnico-HPV-MENINGITE.pdf


HPV, Sociedade Brasileira de Imunizações, jul 2019. Disponível em: https://familia.sbim.org.br/hpv


ORGANIZAÇÃO PAN AMERICANA DA SAUDE. Folha informativa - HPV e câncer de colo de útero. Brasil, fev 2019. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5634:folha-informativa-hpv-e-cancer-do-colo-do-utero&Itemid=839

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Responsável técnico médico: Dra. Ediana Kelly Fontes Queiroz Sarmento
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